Omraam Mikhaël Aïvanhov (1900-1986) era búlgaro de nascimento, mas adotou, a partir de 1937, a França como seu lar. Era discípulo do mestre búlgaro Peter Deunov (1864-1944), que foi fundador da Fraternidade Branca Universal
.
Aïvanhov levou para a França os ideais do mestre Deunov e, em 1943, fundou seu primeiro centro espiritual, na cidade de Sévres. A partir daí, começou a proferir palestras, que seus discípulos anotavam e gravavam para depois transcrever.

O resultado desses ensinamentos orais está hoje registrado em centenas de livros, publicados em várias línguas. Seu trabalho teve uma grande expansão de 1976 em diante, época em que a Editora Prosveta começou a divulgar seus livros em vários países.

O que mais chama a atenção no trabalho do mestre Aïvanhov é sua simplicidade na abordagem de temas espirituais, em que ele apresenta os exemplos e correlações mais simples para explicar as complexas questões da alma humana.

Ele era um exímio contador de histórias e dotado de um grande senso de humor. Por vezes, para dar uma pausa na palestra, ele interrompia o que estava falando e contava algumas anedotas para alegrar seus ouvintes. Todo seu trabalho estava direcionado para o alargamento da consciência humana em direção ao seu aperfeiçoamento. Em outras palavras, transformar o homem-animal no homem-espiritual.

 

“Vós sois todos capazes de vos entusiasmar quando descobris uma verdade espiritual e sois sinceros quando dizeis que, daí em diante, quereis viver em harmonia com ela. Mas esse entusiasmo depressa desaparece. Porquê? Porque os habitantes dos milhões e milhões de células que constituem o vosso organismo não estão todos convencidos. A luz que acabais de receber e a boa decisão que em seguida tomastes só conseguiram influenciar alguns deles. Os outros fazem orelhas moucas e recusam-se a ser perturbados nos seus hábitos. Eles resistem e, como são mais numerosos, ganham a partida.
O que é difícil é convencer toda essa população interior, mas esse é, também, o nosso trabalho: tentar penetrar suficientemente em nós mesmos e estabelecer relações com as células de todos os nossos órgãos para que elas se tornem mais recetivas e aceitem dar-nos o seu suporte no caminho da luz.”

 

“As células do nosso corpo são pequenas almas inteligentes. É todo um povo que temos em nós, um povo com o qual podemos relacionar-nos e que nos cabe educar. Estais conscientes disso? Não, ou muito raramente. É por isso que as vossas células não vos obedecem. Vós gostaríeis de melhorar o estado do vosso fígado, do vosso estômago, do vosso coração, do vosso cérebro, etc., mas não conseguis: as células de todos esses órgãos não vos obedecem, não conseguis impor-vos a elas, elas funcionam segundo a sua própria vontade.
A ciência iniciática, que estudou a anatomia psíquica do ser humano e as regras que presidem ao seu funcionamento, ensina-nos que nós podemos comandar as células dos nossos órgãos. Mas, para isso, primeiro é preciso aceitar a ideia de que elas são entidades inteligentes, conscientes, e aprender a entrar em comunicação com elas.”

 

“Quando estais diante dos outros, esforçais-vos por dar uma boa imagem de vós. Mas, quando não há ninguém a ver, o que fazeis e quais são os vossos sentimentos e os vossos pensamentos?
Pensais que estais sós e deixais-vos levar por qualquer impulso. Não sabeis que as vossas células, que são pequenas almas vivas, também têm memória. Sim, tudo se regista nelas e, por isso, depois elas reproduzem o vosso comportamento.
Transgredistes certas leis? As vossas células imitam-vos e vós ficais perturbados, doentes, mas, evidentemente, não compreendeis qual é a razão. As células são como crianças que é preciso educar, e para as células, como para as crianças, a única educação verdadeira é o exemplo. Então, onde quer que estejais, sabei dar mostras de autodomínio, de sabedoria, não só nos vossos gestos e em todas as vossas manifestações exteriores, mas também nos vossos pensamentos e sentimentos. Alguém vos ofendeu ou irritou?
Em vez de ficardes a ruminar, de mau humor, contra esta ou aquela pessoa, apelai para a paz, a luz e o amor em vós e enviai-lhe essa paz, essa luz e esse amor, assim como a todos os seres que conheceis e mesmo àqueles que não conheceis. Esses pensamentos e esses sentimentos registam-se nas vossas células, elas tomam nota deles e depois imitam-vos. Portanto, vós é que beneficiareis com isso.”

 

“Fazer vibrar todo o nosso ser, até às mínimas células das nossas mãos e dos nossos pés, em sintonia com as verdades que nós aceitamos intelectualmente – eis a razão de ser dos exercícios cuja prática é recomendada por um ensinamento espiritual. Compreender supõe aplicar, realizar, incarnar. Cada verdade com a qual entramos em contacto, devemos fazê-la descer em nós até impregnarmos com ela todo o nosso ser psíquico e também o nosso ser físico. A verdadeira compreensão não se processa só pelas células do cérebro; processa-se também pelas células do coração, do estômago, dos pulmões, do fígado e de todos os nossos órgãos. Se as células de todos os outros órgãos não estiverem também mobilizadas para este trabalho, a consequência é as capacidades do cérebro também ficarem diminuídas. Para que a nossa compreensão seja completa, todas as células do corpo devem participar.”

 

“Por que é que deveis sempre vigiar os vossos pensamentos, os vossos sentimentos e os vossos atos? Porque sois habitados por todo um povo de células que reproduz as vossas atitudes, o vosso comportamento. Sempre que vos permitis cometer uma transgressão, esse povo regista isso e imita-vos. Então, se depois sentis tensões interiores, mal-estares, não fiqueis surpreendidos. Fostes vós que, com o vosso exemplo, educastes mal as vossas células, e muitas desordens, muitas perturbações físicas e psíquicas, são consequência desta má educação.
Vós trabalhais resmungando, contrariados, deslocais as cadeiras de forma brusca, fechais as portas com um pontapé, embateis nos móveis, atirais objetos… Pouco tempo depois, sentis que alguma coisa não está bem em vós e não entendeis o que se passa. É inútil irdes procurar muito longe: acontece simplesmente que pequenas criaturas em vós, as vossas células, que vos viram agir, estão a imitar-vos: elas resmungam, enervam-se, dão pontapés…”

 

“A inteligência do homem depende do estado dos seus diferentes órgãos: o fígado, o estômago, os intestinos… Se todas as células do seu corpo não fazem corretamente o seu trabalho, a sua capacidade de pensar, de ajuizar, será afetada por isso: por mais que ele leia e estude, em todas as suas reflexões se projetarão tons sombrios e deformações provenientes do mau funcionamento dos seus órgãos.
Mesmo naqueles que são considerados como grandes pensadores, grandes filósofos, muitos erros foram provocados pelo estado defeituoso de certos órgãos, que era um entrave à sua atividade mental! As insuficiências do fígado, do estômago, dos intestinos, do pâncreas… criam algures no cérebro obstáculos que um homem, mesmo muito inteligente, não consegue superar. Então, como reduzir esses obstáculos? Fazendo exercícios. Sim, os exercícios preconizados por um ensinamento espiritual, mesmo apenas os conselhos relativos à respiração e à alimentação, têm precisamente o propósito de melhorar o estado das nossas células, a fim de ampliar e melhorar a nossa compreensão.”

 

“Ter sempre algo de novo a aprender, novos esforços a fazer, é a condição para se permanecer jovem e vivo.
Presentemente, apesar dos imensos progressos da medicina, doenças outrora desconhecidas surgem nos países industrializados e prósperos. Porquê? E por que é que tantas pessoas sofrem de depressão, angústia e perturbações nervosas?… Porque, embora aceitem fazer certos esforços, estão sempre à procura de uma vida de conforto, de prazeres, e os meios para as satisfazer não faltam. Mas, na natureza, este programa de uma vida fácil não está inscrito em parte nenhuma, pois o conforto e os prazeres introduzem no homem os germes da doença: as células tornam-se preguiçosas, já não eliminam as toxinas, deixam-se envenenar e, tanto fisicamente como psiquicamente, o homem perde as suas capacidades de resistência. Tirai, pois, da vossa cabeça esse ideal de vida fácil que, na realidade, é portador de morte.”

 

“Antes de exercer a sua autoridade sobre os outros, é preciso começar por um trabalho sobre si próprio. Quando um ser que primeiro trabalhou sobre os seus próprios filhos (as células do seu organismo) tem de ocupar-se de outros filhos, no exterior, enquanto pai, professor, etc., ou mesmo exercer responsabilidades que lhe dão autoridade sobre pessoas adultas, as suas palavras, os seus gestos, impressionam-nos pela sua tónica de autenticidade. Aqueles que ele instrui, educa ou dirige sentem que ele não está a fazer teatro, mas sim que está inteiro naquilo que diz e naquilo que faz. Por isso, a sua presença é mágica e ele obtém resultados. Os seus habitantes interiores sustentam-no e dão-lhe forças, porque ele se habituou, durante muito tempo, a trabalhar numa direção: o bem, a luz.
Um ser só tem verdadeira autoridade quando todas as suas células emanam algo que é unificado, harmonizado. Senão, enquanto a parte que fala faz ouvir um certo som, todo o resto da pessoa grita o contrário, e os outros, que sentem isso, não a levam a sério. “

 

“A semente que foi posta na terra é comparável a uma criatura fechada num túmulo. Quando o anjo do calor se aproxima, desperta-a, dizendo-lhe: «Vá, agora levanta-te, sai do túmulo!», e aquela vida que estava sepultada começa a animar-se: um pequeno caule divide a semente em duas partes e dele nasce um rebento que se tornará, um dia, uma árvore formidável. É isso a ressurreição.
Para se ressuscitar, é preciso abrir o túmulo, e só o calor abre os túmulos. O calor significa o amor. Aquele que tem muito amor no seu coração, um amor desinteressado, espiritual, abre o túmulo das suas células. Enquanto as suas células não estiverem animadas, não forem vivificadas, permanecem inativas e ele não pode conhecer todas as suas riquezas interiores. Mas, após essa ressurreição, após o despertar das suas células, a sua consciência dilata-se e, através de tudo o que sente, de tudo o que vive, ele move-se numa outra dimensão, a dimensão do espírito. “

 

“As células do nosso corpo são pequenas almas inteligentes. É todo um povo que temos em nós, um povo com o qual podemos entrar em relação e que nos cabe educar. Estais conscientes disso? Não, ou muito raramente. É por isso que as vossas células não vos obedecem. Vós gostaríeis de mudar o estado do vosso fígado, do vosso estômago, do vosso coração, do vosso cérebro, etc., mas não conseguis, as células de todos esses órgãos não vos obedecem, não conseguis impor-vos a elas, elas funcionam segundo a sua própria vontade.
A Ciência Iniciática, que estudou a anatomia psíquica do ser humano e as regras que presidem ao seu funcionamento, ensina-nos que nós podemos comandar as células dos nossos órgãos. Mas, para isso, é preciso aceitarmos a ideia de que elas são entidades inteligentes, conscientes, e aprendermos a entrar em comunicação com elas, enviando-lhes, pelo pensamento, raios de luz e de amor.”

 

“Já vistes feras num circo? Enquanto o domador está presente, elas estão sossegadas e obedecem-lhe; mas, quando ele sai de junto delas, começam a provocar-se e chegam a atirar-se umas às outras.
Pois bem, ficai a saber que se passa o mesmo com as células do vosso corpo. Enquanto estais presentes, vós dominai-las e elas são submissas. Mas, quando vos ausentais, quando vos tornais negligentes, elas só fazem o que entendem e o vosso organismo ressente-se dolorosamente disso.
Deveis, pois, ocupar-vos das vossas células, torná-las ajuizadas, alimentá-las, purificá-las; e então, evidentemente, já não deveis considerá-las como feras, mas como vossas filhas. Só quando tiverdes conseguido educá-las para elas fazerem o seu trabalho sem discutir nem se guerrear é que vós, finalmente, conhecereis a paz. “

 

“O nosso corpo físico é composto por uma multidão de células e cada uma dessas células é uma entidade viva, uma almazinha inteligente que sabe como respirar, alimentar-se, eliminar… Observai como trabalham as células do estômago, do fígado, dos órgãos sexuais, do coração, do cérebro… Todas elas têm a sua especialidade. E esta inteligência não é senão a soma das inteligências de todas essas pequenas existências: nós dependemos delas e elas dependem de nós, formamos uma unidade.
O ser humano nada pode fazer sem o consentimento das suas células. No dia em que elas pararem de trabalhar, de contribuir para o bom funcionamento do seu organismo, ele já não consegue respirar, alimentar-se, mover-se, pensar. E de nada lhe serve revoltar-se. Ele deve compreender, pois, que é a síntese de todas essas alminhas inteligentes que vivem nele e que todos os dias deve tomar bem conta delas.”

 

“Vós procurais Deus… Mas Deus é infinitamente grande e não conseguireis chegar até Ele se não começardes por ocupar-vos do infinitamente pequeno. E o que é o infinitamente pequeno? A célula. O nosso corpo é feito de uma multidão de células e cada uma delas é uma entidade viva, uma pequena alma com a sua individualidade própria. Por isso, em vez de irdes em busca da imensidão, onde ireis perder-vos, concentrai-vos nesse povo que habita em vós.
Entre todos os exercícios que podeis fazer, um dos mais benéficos é o de vos concentrardes todos os dias nas vossas células. Pensai como purificá-las, fortalecê-las, iluminá-las, e sentireis que começais a tocar a Divindade, que é, ela própria, pureza, força, luz.”

 

“Quem não conhece o mandamento dado por Jesus: «Amarás o teu próximo como a ti mesmo»? Embora se considere que ele é difícil de pôr em prática, em geral crê-se que é fácil de compreender. Mas eu pergunto-vos: como é que as pessoas se amam a si mesmas? Elas cometem excessos de todo o tipo, maltratam o seu estômago, os seus pulmões, o seu coração, o seu cérebro… Se se perguntasse a todos esses órgãos o que eles pensam do amor dos humanos, eles falar-vos-iam dos seus sofrimentos e do seu descontentamento.
O ser humano esquece muitas vezes que o seu corpo físico representa toda uma população, milhões de células com funções bem definidas: existem soldados, médicos, ministros, arquitetos, bispos, farmacêuticos… exatamente como na sociedade. E o homem, que é o rei desse povo, não se preocupa muito com ele; por isso as suas células queixam-se continuamente desse rei injusto, ignorante, preguiçoso, que as alimenta mal e as deixa sem luz, sem calor, sem ar puro. Então, que amor pode ele ter pelos outros se se ama tão mal a si próprio?”

 

“Quando o ser humano se afasta das vias da sabedoria e do amor, as células de todos os seus corpos sofrem as consequências disso, já não têm a mesma vitalidade, pode mesmo dizer-se que ficam sem ânimo; então, quando a doença vem, elas são incapazes de a combater. O general que quer transmitir aos seus homens o impulso necessário para repelir o inimigo esforça-se por dar-lhes um exemplo de integridade, de força anímica, sabendo que os soldados o imitarão. Em todos os domínios se verifica a mesma lei.
Alguém vem dizer-me: «Não sei porquê, mas sinto-me esquisito, tudo me cansa, me irrita, não tenho gosto por nada.» Pois bem, para mim é claro: essa pessoa transgrediu as leis da sabedoria e do amor. Ao transgredir estas leis, ela enfraqueceu as suas defesas, deixou que surgissem fissuras na sua aura e as suas energias vão-se por essas fissuras. Se ela seguir de novo o caminho da sabedoria e do amor, a sua aura fará de todo o seu ser uma fortaleza impenetrável.”

 

“Quem não está convencido de que é desejável ser bom, honesto, desinteressado, paciente, indulgente? Todos elogiam aqueles que praticam essas virtudes, mas quantas vezes eles próprios não são bons, nem honestos, nem desinteressados, nem pacientes, nem indulgentes! E isso não os perturba muito, não lhes ocorre que a verdadeira compreensão nunca deve estar separada da realização.
A razão de ser dos exercícios espirituais é a de fazermos vibrar todo o nosso ser, até as células das nossas mãos e dos nossos pés, em sintonia com as verdades espirituais que aceitamos intelectualmente. Devemos fazer descer ao plano físico cada verdade com que contactamos, para impregnarmos com ela todo o nosso ser. A verdadeira compreensão não se faz só com as células do cérebro; ela faz-se também com as células do coração, do estômago, dos pulmões, do fígado e de todos os nossos órgãos. Sim, para que a nossa compreensão seja completa, todas as células do nosso corpo devem participar. Se as células dos outros órgãos não fazem corretamente o seu trabalho, pouco a pouco as capacidades do cérebro são igualmente diminuídas.”

 

“Há tantas pessoas que creem que, se mudarem de apartamento, de profissão, de país, de religião, de marido ou de mulher, finalmente, terão paz! Um pouco de tranquilidade, um tempo de apaziguamento, sim, talvez. Mas, logo de seguida, onde elas estiverem, outros tormentos virão assaltá-las. Porquê? Porque não compreenderam que a paz depende, acima de tudo, de uma mudança na sua maneira de pensar, de sentir e de agir. Se elas mudarem alguma coisa nesse domínio, mesmo que fiquem no mesmo lugar, com as mesmas dificuldades, a paz virá habitar nelas.
A verdadeira paz não depende das condições exteriores, vem de dentro, e por isso é que ela é tão difícil de obter. Alimentai a ideia de amar, de fazer o bem, de perdoar e de levar a toda a parte a harmonia, e virá um momento em que essa ideia será tão intensa em vós e impregnará tão profundamente as vossas células, que estas começarão a vibrar em uníssono com ela. Quem possui essa paz e é capaz de a espalhar ao seu redor como algo real, vivo, torna-se um verdadeiro filho de Deus. Como disse Jesus: «Bem-aventurados os que trazem a paz, pois eles serão chamados filhos de Deus.»”

 

“Para justificar palavras ou gestos infelizes, muitas pessoas dizem: «Não sei o que me aconteceu, perdi a cabeça!» E esta explicação basta-lhes. Na realidade, o que elas perderam nesse momento foi a ligação com o mundo divino, essa ligação graças à qual todos os elementos e todas as atividades são controlados, coordenados, harmonizados. Então, surge a desordem, a debandada; os gestos, os olhares e as palavras são projetados em todos os sentidos.
Se cortais a ligação com o mundo divino, as células do vosso organismo percebem que a cabeça, o chefe, deixou de estar presente. A partir desse momento, já não sentem que devem respeitar a ordem e a harmonia que tínheis conseguido introduzir em vós e tornam-se como inimigos que vos ameaçam. Antes, elas eram submissas, obedientes, mas agora já nada as retém: vós estais na cama, ou cometeis erros atrás de erros, e elas regozijam-se, dizendo: «Ah, ah, muito bem, isso ensinar-te-á a abandonar a ligação com o mundo da luz.» Mas fazei voltar a cabeça, restabelecei a ligação, e elas trabalharão de novo em conjunto e harmoniosamente.”

 

“As capacidades intelectuais do ser humano não são unicamente o produto dos seus estudos, das suas reflexões, são também a consequência do estado bom ou mau de todas as células do seu organismo físico. Por isso, ele deve estar atento e vigiar a qualidade dos seus alimentos físicos, mas também dos seus alimentos psíquicos (sensações, sentimentos, desejos, sensações), pois será assim que se abrirá às maiores revelações. Do mesmo modo, todos os gestos harmoniosos que ele se esforça por fazer com amor, consciência e convicção introduzem no seu corpo uma corrente que, ao atravessar as suas células, as magnetiza de forma a polarizá-las corretamente.
A polarização é uma das leis fundamentais da vida. Tudo o que existe possui um polo positivo e um polo negativo. As nossas células, idealmente, obedecem a esta lei: o polo positivo de cada uma delas emparelha com o polo negativo da célula vizinha, e assim sucessivamente… Há imensas perturbações, imensos mal-estares, que provêm do facto de as células não estarem corretamente polarizadas. Essas perturbações, esses mal-estares, curam-se pelo magnetismo. E qual é o verdadeiro magnetismo? O amor.”

 

“A inteligência humana é uma manifestação da Inteligência Cósmica, mas uma manifestação muito imperfeita, pois, ao passar através de cérebros e corações continuamente afetados pela desordem das paixões, fica limitada, obscurecida. A Inteligência Cósmica não pode manifestar-se de modo perfeito através de um ser que ainda não sabe dominar os seus movimentos instintivos. Para se tornar condutor dessa Inteligência, ele tem de aprender a dominar-se, a purificar-se.
A inteligência do homem não é, pois, unicamente, produto dos seus estudos e das suas reflexões, é consequência do estado, bom ou mau, em que se encontram todas as células do seu corpo. Por isso, ele deve ocupar-se delas, estando atento à qualidade do seu alimento físico, mas, sobretudo, do seu alimento psíquico (as suas sensações, os seus sentimentos, os seus desejos, os seus pensamentos), senão permanecerá fechado às maiores revelações. Não existe outro meio para aumentar a inteligência que não seja melhorar a maneira de viver; os Iniciados sempre acreditaram nisso, sempre souberam isso e sempre trabalharam nesse sentido.”

 

“Está escrito na “Tábua de Esmeralda”: «Ele sobe da terra e desce do Céu, e recebe a sua força das coisas superiores e das coisas inferiores. É a força forte de todas as forças.» Esta força a que Hermes Trismegisto chama Telesma é o amor. E é esta força que o Iniciado deve captar no alto no estado subtil para depois a fazer descer às profundezas do seu ser e com ela alimentar as suas células. Não basta ele elevar-se para captar a energia divina, deve também ser capaz de a fazer descer e de a receber em si. Por isso, ele esforça-se por se purificar libertando-se de todos os sentimentos e pensamentos que não vibram em uníssono com essa força cósmica.
Quando o Iniciado conseguiu libertar os canais etéricos dos seus corpos subtis, as correntes do amor divino descem até ao seu corpo, onde alimentam todas as suas células. Ele sente então uma plenitude tal, que já nenhum desejo físico o atormenta, porque foi verdadeiramente o Céu que tomou posse da sua alma, do seu coração e de todos os órgãos do seu corpo físico.”

 

“Aparentemente, o Sol não passa de um globo de fogo graças ao qual nós recebemos a luz e o calor. Mas, na realidade, ele é uma entidade viva na qual habitam criaturas de luz, criaturas de uma evolução muito superior à dos humanos. Pensais que esta ideia de criaturas a habitar no Sol não passa de um produto da imaginação? Então, eu pergunto-vos: «Não há habitantes em vós mesmos?»
Há em vós milhões e milhões de entidades, no vosso cérebro, no vosso coração, nos vossos pulmões, no vosso estômago!… O seu número é incalculável. Dir-me-eis que nunca refletistes nesta questão. Pois bem, é tempo de refletirdes. As células do vosso corpo são todas criaturas vivas, vós transportai-las convosco e, por causa delas, tendes um pomar cheio de frutos, sim, um pomar de pensamentos e de sentimentos. Pois bem, acontece o mesmo no Sol, pois tudo o que existe no universo está construído segundo o mesmo modelo.”

 

“O universo é um grande corpo com o qual nós devemos aprender a harmonizar-nos, pois nesta harmonia todos os bens estão incluídos: a saúde, a alegria, a luz, a inspiração. Aquele que trabalha para realizar uma tal harmonia começa a sentir que todo o seu ser vibra em uníssono com o universo e compreende o que são a vida, a criação, o amor… Mas não antes. Antes, é-lhe impossível compreender.
Intelectualmente, exteriormente, pode-se sempre imaginar que se compreende alguma coisa; mas não, a verdadeira compreensão não se faz por intermédio de algumas células do cérebro, faz-se por intermédio de todo o corpo, mesmo dos pés, dos braços, do ventre, do fígado… Todo o corpo, todas as células devem compreender. A verdadeira compreensão é uma sensação. Vós sentis e, nesse momento, compreendeis e sabeis, pois experimentastes. Nenhuma compreensão intelectual pode comparar-se à sensação.”

 

“Os humanos não só imaginam que não perdem nada ao separarem-se da harmonia universal, como estão convencidos de que conquistam a sua liberdade e afirmam o seu poder eximindo-se às leis da Natureza, lutando contra elas. Pois bem, esse é o maior dos erros.
O ser humano só se torna verdadeiramente poderoso e livre se conseguir vibrar em harmonia com o Universo. Ele começa a ouvir a sinfonia da Natureza inteira, onde tudo canta: as florestas, os rios, as estrelas… É a esta sinfonia cósmica que se chama “música das esferas”. E, para ouvir esta música das esferas, ele tem de começar por harmonizar todo o seu ser, todos os seus órgãos, todas as células dos seus órgãos, por intermédio de um trabalho assíduo e profundo. No momento em que as menores partículas do seu ser vibrarem em uníssono, a sinfonia do Universo revelar-se-á a ele.”

 

“Quereis meditar? Começai por apaziguar-vos. Não tenteis concentrar-vos enquanto não estiverdes calmos, senão provocareis choques às células do vosso cérebro, que não farão corretamente o seu trabalho. Como tudo o que existe, o cérebro tem uma inércia natural e vós não conseguis comunicar-lhe de imediato o movimento que desejais. Nunca esqueçais que as células do vosso organismo e, portanto, as do vosso cérebro, são criaturas vivas que não deveis forçar nem sobrecarregar.
Quando vos sentirdes descontraídos, apaziguados, podeis começar a mobilizar as vossas células na direção que escolhestes. Mas, também em relação a esta fase, é preciso aprender a operar convenientemente. Quando ligais o motor do vosso carro, não o puxais imediatamente até mais de 100 km à hora. Pois bem, com o vosso cérebro também deveis proceder por etapas sucessivas, até ao momento em que sentis que, mentalmente, tendes a situação suficientemente dominada para vos concentrardes no tema que escolhestes. Sentireis, então, que todas as vossas células colaboram no vosso trabalho. Deste-lhes uma orientação tão boa que o vosso pensamento continua naturalmente nessa direção.”

 

“Vós gostaríeis de meditar e não conseguis, achais que é difícil. Sim, pois para se meditar é preciso conhecer bem a natureza do trabalho psíquico e, sobretudo, não exigir do cérebro que se concentre imediatamente sobre um determinado tema, senão violenta-se as células nervosas e ele bloqueia. Por isso, a primeira coisa que deveis fazer é distender-vos e ficar, digamos, passivos, observando, como um espectador paciente, esse apaziguamento de todas as vossas células. É claro que, sem um certo treino, não conseguireis isso imediatamente, mas com o tempo bastarão alguns segundos.
O segredo para uma boa meditação é começar por trabalhar com a doçura, a harmonia. E, quando sentis que o vosso sistema nervoso está apaziguado, recarregado (pois esta atitude passiva permite ao vosso cérebro acumular energias), podeis orientar o vosso pensamento para o tema que escolhestes.”

 

“Vós aspirais a encontrar o infinitamente grande, a ligar-vos a ele? Começai por entrar em contacto com o infinitamente pequeno.
Isso significa que, para alcançardes Deus, deveis começar por concentrar-vos nas células do vosso corpo. Se pensardes diariamente nas vossas células, em purificá-las, em fortalecê-las, em iluminá-las, pouco a pouco sentireis que começais a contactar a Divindade, que é, Ela própria, pureza, força, luz.
Um dia, depois de ter tentado meditar, sem sucesso, sobre a grandeza infinita de Deus, um discípulo foi expor isso mesmo ao seu Mestre. O Mestre respondeu: «Deus é grande porque se ocupa das mais pequenas coisas.» Isso significa também que todos aqueles que não querem ocupar-se dos seres mais humildes, os pobres, os infelizes, os ignorantes, jamais serão grandes. Quando Jesus visitava os pobres, os doentes, as prostitutas, ou pegava nas crianças ao colo, mostrava que conhecia esta lei. Aqueles que só querem dar-se com os ricos, os sábios, os poderosos, e se recusam a estar com os humildes, nunca conhecerão a grandeza de Deus. “

 

“Quando a decisão de seguir uma certa via está gravada no mais profundo do vosso ser, isso torna-se como um instinto que vos impede de vos transviardes e que também vos indica como evitar ou ultrapassar obstáculos. Se esqueceis com frequência as boas resoluções que tomastes, é porque elas ainda não estão suficientemente impressas no vosso subconsciente, no coração das vossas próprias células.
O papel de um Mestre espiritual é precisamente o de reavivar na alma dos seus discípulos a recordação das experiências do passado e das decisões que eles tomaram. Senão, quando eles tiverem de passar de novo a fronteira para o além, constatarão, mais uma vez, a mediocridade, a inutilidade, o vazio, da existência que tiveram… E ficarão condenados a uma vida errante nas regiões áridas e obscuras do outro mundo. Jesus dizia: «Acumulai tesouros no Céu.» Esta recomendação é a síntese de toda uma ciência da vida.”

 

2 Responses to “Consciência ao nível Celular”

  1. Dóris says:

    Venho trabalhando com esta técnica, e acupuntura médica há mais de dez anos e me surprende os resultados, neste momento quero me aprofundar mais,,,,

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