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♫♪♥♫♪

Todas as Glórias
aos Pés de Lótus
de Sri Prem Baba Maharaj!

Óh Senhor! Inspirado por Tua Guiança e Puro Amor Divino, ofereço em gratidão por tudo quanto tenho recebido!

Conhecer a Guru Gita foi uma confirmação de tudo o que acreditava ser possível através da devoção…

E uma vontade sincera de poder espalhar essa mensagem tão especial do potencial curativo e divinizador do canto devocional, apesar de saber que essa compreensão é muito interna e individual, foi crescendo a cada encontro.

Essa vontade encontrou uma forma de se expressar através da tradução de uma versão do espanhol que achei na internet.

Quanta alegria poder gravá-la e oferecê-la em forma recitada — o mais parecido com a versão mais bela do Guru Gita recitada em sânscrito que encontrei –, para que mais pessoas possam realizar quão grandiosa é essa oportunidade de poder conviver, por pouco que seja, com um Guru Vivo como Sri Prem Baba, em uma vida!

Om Sri Prem Babaji Ki Jay Ho!

♪♫
Gratidão, Amor e Arte por toda parte,

SHRI GURU GITA ~ seleção oferecida a Sri Prem Baba
(recitado por Prem Ramam)

OM. O Senhor SadaShiva é o vidente dos mantras deste hino, Shri Guru Gita. Sua deidade é o Guru, o Ser Supremo. Shri Prem Baba é nossa inspiração ao entoá-lo. O propósito de repetí-lo é alcançar a graça do Guru.

Agora medita:

[O Guru, que mora no] o lótus da cabeça rodeado pelas pétalas divinas ham e sah, que existem em todos os seres e são a causa do mundo, manifestou o universo à sua maneira, e por seu próprio livre arbítrio. Medita no Guru que revela Isto, que é na verdade a expressão do estado de shambhava (o estado de Shiva), que resplandece como uma chama, que é eterno e todo penetrante, e que é uma forma visível de toda as letras.

Repito a Guru Gita para obter as quatro metas da vida: [dharma, retidão; artha, riqueza; kama, prazer; e moksha: liberação].

Suta disse:
1. No belo cume do monte Kailas, depois de se inclinar com todo o respeito ante o Senhor Shiva, que nos conduz à união (com o Absoluto) mediante a devoção, Parvati perguntou:

2. A Deusa disse:
OM. Saudações, oh Deus, oh Senhor dos Deuses, oh Tu mais elevado que o mais elevado, oh maestro do universo, oh Tu o Benevolente, oh grande Deus, inicia-me no (conhecimento) do Guru.

3. Oh Senhor! Que caminho deve seguir uma alma encarnada para unir-se com Brahman (a realidade absoluta)? Tenha compaixão de mim, oh Senhor! Me inclino diante de Teus Pés.

4. O Senhor disse:
Oh Deusa, tu és o meu mesmo Ser. Movido pelo amor, te explicarei. Ninguém jamais me fez essa pergunta, que beneficiará a todo mundo.

5. [Este conhecimento] é difícil de obter nos três mundos. Escuta-o. Vou te revelá-lo. Brahman não é outro que o Guru. Oh bela, esta é a verdade. Esta é a verdade.

8. São néscios os que praticam ritos de sacrifício, votos, penitência, japa, caridade e também peregrinações, sem conhecer o princípio do Guru.

9. O Guru não é diferente do Ser consciente. Sem dúvida esta é a verdade, esta é a verdade. Através dela, os homens sábios, claro está, deveriam esforçar-se em buscá-lo.

10. Maya, a ilusão do mundo, o conhecimento velado nascido da ignorância, reside no corpo humano. Se chama “Guru” aquele por qual a luz surge [o verdadeiro conhecimento].

11. Movido pela compaixão, te direi como pode a alma encarnada converter-se em Brahman, purificando-se de todos os seus pecados mediante o serviço aos Pés de Shri Guru.

12. Jogue água na cabeça recordando os pés de lótus do Guru. Assim uma pessoa obtém os benefícios de banhar-se em todos os lugares de peregrinação.

13. A água dos pés do Guru [tem o poder] de secar o lodo dos pecados da pessoa, de acender a luz do conhecimento, e de guiá-la suavemente através do oceano da existência mundana.

14. Para adquirir conhecimento e desapego, deves sorver a água dos pés do Guru, a qual destrói a raiz da ignorância, e põe fim aos karmas, [a causa do] renascimento.

15. Havendo sorvido a água dos pés do Guru, [deves comer] a comida que haja deixado o Guru. Deves meditar sempre na forma do Guru, e repetir continuamente o mantra do Guru.

16. Sua morada é a terra sagrada de Kashi. A água de seus pés é o [rio sagrado] Ganges. O Guru é Vishvéshvar (o Shiva do famoso templo de Kashi). Ele é, certamente, o mantra libertador.

17. A água dos pés do Guru [é a água mais sagrada]. O Guru é Gaya (um lugar sagrado). O Guru é o “baniano” Akshaya (árvore sagrada), e também é o Prayag (confluência dos três rios sagrados). Saudações uma e outra vez ao Guru que é o melhor lugar de peregrinação.

18. Recorda sempre a forma do Guru. Repita constantemente o divino nome que o Guru tenha te dado. Siga (sempre) os comandos do Guru. Não pense em nada mais que no Guru.

19. O conhecimento supremo que está na língua do Guru se pode obter por meio de sua graça. Medita sempre no Guru, da mesma forma que uma esposa ou marido virtuosos (pensam constantemente) em seu cônjuge.

20. Abandona (os pensamentos de) tudo isto. Tua situação atual na vida, tua casta, tua reputação, o aumento do teu bem-estar. Não penses em nada mais que no Guru.

21. Os que não pensam em nada mais que em Mim alcançam facilmente o estado supremo. Por isso esforça-te ao máximo em honrar ao Guru.

22. Nos três mundos, Deuses, demônios, demônios-serpentes e outros, proclamam claramente que o conhecimento que reside na língua do Guru se obtém somente por meio da devoção a Ele.

23. A sílaba gu é a obscuridade, e diz-se que a sílaba ru é a luz. Não há dúvida de que o Guru é, com efeito, o conhecimento supremo que absorve a (obscuridade da) ignorância.

24. A primeira sílaba gu representa princípios tais como a maya e outros; e a segunda sílaba, ru, o conhecimento supremo que destrói a ilusão de maya.

25. Por tudo isto, o estado do Guru é o mais elevado. E é difícil de alcançar mesmo para os Deuses. O adoram verdadeiramente os seguidores de haha e huhu e (outros) gandharvas (músicos celestiais).

27. Certamente para todos estes seres não há nenhuma verdade mais elevada que o Guru. Um aspirante espiritual deve oferecer assentos, camas, vestimentas, ornamentos, veículos, e outras coisas que comprazam ao Guru. Deve honrar ao Guru; deve dedicar-lhe toda sua vida.

28. Faz a saudação do “tronco estirado” diante do Guru sem reservas e sirva-lhe continuamente com teus pensamentos, tuas palavras e tuas ações.

29. Dedica ao Sadguru o corpo, os sentidos e o prana. Dedica ao Sadguru tua própria esposa ou marido, e todos os demais.

30. Oh bela, não deixes de entregar (ao Guru este corpo que está cheio de) germes, lombrigas, desejos, urina e fezes malcheirosas, catarro, sangue, pele e carne, e (que finalmente se reduz a) cinzas.

31. Saudações a esse Shri Guru, por meio de quem, com efeito, se salvam todos (os devotos) que subiram a árvore da existência mundana e se estavam caindo ao oceano do inferno.

32. O Guru é Brahma. O Guru é Vishnu. O Guru é o Senhor Shiva. O Guru é realmente o supremo Brahman. Saudações a esse Shri Guru.

33. Saudações ao Guru, que é Shiva, a causa única do universo, a ponte que cruza o oceano da existência mundana e o maestro de todo conhecimento.

34. Saudações a esse Shri Guru, quem, com o colírio do conhecimento, abre os olhos daquele que está cegado pela obscuridade da ignorância.

35. Para (dar-me) o verdadeiro conhecimento do mundo, (tens-te feito) meu pai, minha mãe, meu irmão e meu Deus. Saudações ao Shri Guru.

36. Saudações a esse Shri Guru, por cuja realidade o mudo é real, por cuja luz o mundo se ilumina e por cuja alegria (a gente) se alegra.

37. Saudações ao Shri Guru, por cuja existência este (mundo) é real, que brilha através da forma do sol, e por cujo amor queremos aos filhos e aos demais.

38. Saudações a esse Shri Guru, que ilumina este (mundo) mas ao que a mente não é capaz de iluminar. (Ele também ilumina) os estados de vigília, sonho e sono profundo.

39. Saudações ao Shri Guru, cuja única forma é a forma da verdade e por cujo conhecimento se deixa de perceber este mundo como algo dividido por diferenças.

40. Aquele (que pensa) que não sabe, sabe; aquele (que pensa) que sabe, não sabe. Saudações a esse Shri Guru, que não tem outros pensamentos (que não sejam o Absoluto).

41. Saudações a esse Shri Guru, que aparece como o efeito (do mundo) do qual ele é a causa. Ele é às vezes a causa e o efeito.

42. Todo este (mundo) aparece em várias formas porém (nele) não existe diferença alguma. É meramente (uma relação de) causa e efeito (que são o mesmo). Saudações a esse Shri Guru.

43. Saúdo ao Shri Guru, cujos dois pés de lótus dissolvem a dor da dualidade, e que sempre nos protegem das calamidades.

44. Se Shiva se enfada, o Guru pode te salvar, mas se o Guru se enfada, nem sequer Shiva pode te salvar. Por isso, com todo teu esforço, refugia-te em Shri Guru.

45. Me inclino diante dos dois pés do Guru que estão ao alcance da palavra, da mente e da inteligência, e que têm diferentes tons — branco e vermelho — que representam a Shiva e a Shakti, e que são o mais elevado.

NOTA: os dois pés do Guru são Shiva e Shakti. O pé esquerdo é Shakti, que é vermelho, o pé direito é Shiva, que é branco.

46. A sílaba gu é aquilo que transcende todos os atributos, e a sílaba ru é aquilo que não tem forma. Assim que se diz que o Guru é aquele que outorga o estado que está mais além dos atributos (e da forma).

47. Oh amada minha, diz-se que Shri Guru é (Shiva,) a testemunha de tudo, ainda que sem os três olhos, é Vishnu sem os quatro braços, e é Brahma sem as quatro faces.

48. Junto as minhas mãos (em forma de saudação) para que possa aumentar o oceano da compaixão (do Guru), por cuja graça um ser mortal se liberta do mundo das diversidades.

49. Para aquele que tem o olho da discriminação, a forma suprema de Shri Guru é néctar. Os desafortunados não podem percebê-lo, do mesmo modo que os cegos não podem ver a saída do sol.

50. Oh amada minha, inclina-te cada dia com devoção em direção ao ponto onde se encontrem os pés de Shri Guru.

51. Oh nobre, os sábios sempre oferecem um ramalhete [de flores] ressonando com zumbidos de abelhas na direção em que esteja desperto Bhagawan, o soberano Guru. Ele é a eterna testemunha do drama da manifestação e a dissolução deste universo.

53. (…) Constantemente sirva tão somente a um Guru para lograr um estado espontâneo e natural. Quando este surge, o poderoso prana se aquieta imediatamente e espontaneamente.

54. Contemplar a forma do próprio Guru é contemplar o infinito Shiva. Cantar a glória do nome do Guru é cantar a glória do infinito Shiva.

55. Adoramos ao Senhor Guru, pois somente uns poucos punhados de pó de seus pés formam uma ponte para atravessar o oceano do mundo.

56. Ao receber sua graça, devemos renunciar a muita ignorância. Saudações ao mais elevado Guru que nos ajuda alcançar o objeto de nossos desejos.

57. Os pés de lótus (do Guru), que extinguem o fogo abrasador de toda a existência mundana, estão situados no centro do lótus branco no círculo da lua em Brahmarandhra (o espaço oco da cabeça).

58. No espaço circular do lótus das mil pétalas, existe um lótus triangular, que está formado pelas três linhas que começam com a, ka e tha, e que tem ham e sah em dois de seus lados. Deves recordar ao Guru, que está no centro (deste lótus).

59. Que o olhar divino do Guru descanse sempre sobre mim. Esse olhar cria todos os mundos. Faz que tudo prospere ao máximo. Reflete o ponto de vista de todas as sagradas escrituras. Considera as riquezas como algo sem valor. Elimina as faltas. Permanece concentrado no Último. É o religador mais alto dos três gunas, os quais constituem o mundo. Seu único objetivo é (conduzir aos demais pela senda da) liberação.

60. É o pilar central que sustenta o cenário de todos os mundos. Derrama o néctar da compaixão. É o conjunto de todos os tattvas (princípios da criação). É o que cria o tempo. É sacchidananda.

62. (O princípio do Guru) move e não move. Está longe e ao mesmo tempo está perto. Está dentro de todas as coisas e também fora delas.

63. (Assim o Guru sabe:) “Não tenho nascimento, estou livre da velhice. Meu ser não tem princípio nem fim. Sou incambiável. Sou consciência e felicidade, menor (que o menor de todos), maior que o maior de todos.

64. Estou mais além de todas as coisas primárias. Sou eterno, auto-luminoso, sem mancha e puro. Sou o supremo éter. Sou imóvel, ditoso e imperecível.”

65. Percebe o poder espiritual (do Guru) por meio das quatro (fontes de conhecimento): os Vedas, a percepção direta, os textos históricos sagrados, e a inferência. Recorda sempre ao Guru.

66. Oh tu, a de grande inteligência, vendo tua piedade, agora vou te dizer como Lhe contemplar.

67. Saudações a esse Shri Guru, que revela esse estado que penetra toda a esfera deste universo, composto de objetos animados e inanimados.

68. Saudações a esse Shri Guru cujos pés de lótus estão adornados com as jóias reais (as mahavakyas — as grandes afirmações das Upanishades) de todos os Vedas. Ele é o sol para o lótus do vedanta (no sentido de que a sua luz faz florescer as verdades espirituais).

69. Saudações a esse Shri Guru, por cuja simples recordação faz surgir o conhecimento de forma espontânea, e que, sem dúvida, contém em si todas as dádivas.

70. Saudações a esse Shri Guru que é a Consciência eterna, serena, imaculada, transcendendo o céu, e mais além do nada (o som primordial), o bindu (o ponto último [de luz]), e da kala (a manifestação do mundo).

71. Saudações a esse Shri Guru que penetra a totalidade do universo, composto do mutável e do imutável, e também do animado e do inanimado.

72. Saudações a esse Shri Guru que está firmemente estabelecido no poder do conhecimento e está adornado com a guirlanda dos princípios da criação. Ele outorga a realização mundana assim como a salvação.

73. Saudações ao Shri Guru, quem ao compartilhar o poder do conhecimento do Ser, queima todos os karmas adquiridos através de incontáveis vidas.

74. Saudações ao Shri Guru. Não existe verdade mais alta que o Guru, nem austeridade maior que o (serviço ao) Guru, nem verdade maior que conhecê-Lo.

75. Saudações a esse Shri Guru. Meu Senhor é o Senhor do universo. Meu Guru é o Guru dos três mundos. Meu Ser é o Ser de todos os seres.

76. A raiz da meditação é a forma do Guru. A raiz da adoração são os pés do Guru. A raiz do mantra é a palavra do Guru. A raiz da liberação é a graça do Guru.

77. Saudações a esse Shri Guru. O Guru é o princípio [de tudo, porém] Ele não é o princípio. O Guru é a deidade suprema. Não existe nada mais elevado que o Guru.

78. O mérito que se obtém banhando-se em todas as águas sagradas, até nos sete mares, não é difícil de se obter [sorvendo tão somente] da milésima parte de uma gota de água dos pés do Guru.

79. Se o Senhor Vishnu está enfadado, o Guru te proteje, porém se o Guru está enfadado, nada pode te salvar. Por tanto, com todos os teus esforços, toma refúgio em Shri Guru.

80. Verdadeiramente o Guru é o universo inteiro, que consta de Brahma, Vishnu e Shiva. Não existe nada mais elevado que o Guru. Por isto, adora ao Guru.

81. Mediante a devoção ao Guru, se obtém o conhecimento assim como a sabedoria. Não existe nada mais elevado que o Guru. Os que seguem a senda do Guru devem meditar Nele, porque é digno disso.

82. Não existe nada mais elevado que Ele. Os Vedas [O descrevem] como “isto não, isto não”. Realmente, sempre deves render homenagem ao Guru com a mente e com tuas palavras.

83. Brahma, Vishnu e Shiva obtém a capacidade de criar, [manter e destruir] pela graça do Guru e somente por meio do serviço ao Guru.

84. Deuses, kinnaras, gandharvas, pitrus, yakshas, charanas (todos os seres de diferentes ordens), e ainda os sábios, desconhecem a maneira apropriada de servir ao Guru.

85. Devido ao seu grande egoísmo e orgulho, [ainda] os que possuem o poder das austeridades e o conhecimento continuarão girando (no turbilhão) da vida mundana como tigelas na roda do artesão.

86. Nem sequer os Deuses, gandharvas, pitrus, yakshas, kinnaras, videntes, nem tampouco os siddhas* se liberam se se negam a servir ao Guru.

87. Oh grande Deusa, escuta o [método de] meditação [no Guru], que outorga todas as alegrias, que aporta sempre a felicidade e a realização mundana assim como a liberação.

88. Recordo a Shri Guru que é Parabrahman. Falo de Shri Guru que é Parabrahman. Me inclino diante de Shri Guru que é Parabrahman. Adoro a Shri Guru que é Parabrahman.

89. Me inclino diante do Sadguru, que é a felicidade de Brahman, e Ele que outorga a felicidade mais sublime. És absoluto e és da forma do conhecimento. Está mais além da dualidade. És [todo penetrante] como o céu e és objeto de (a afirmação mais grandiosa das Upanishades) “Tu és isto”. És uno, eterno, puro e estável. És a testemunha de todos os pensamentos. Estás mais além de todas as modificações [da mente e do corpo] e livre dos três gunas.

90. Me inclino diante do Guru, que é Brahman, eterno e puro. Carente de forma e sem impurezas, está mais além da percepção. Ele é o conhecimento eterno e a consciência e a felicidade eternas.

91. Medita na forma do Guru sentado no trono situado no centro do pericárpio do lótus do coração, brilhando como a lua crescente, sustentando o livro do conhecimento e [fazendo o mudra que] concede o dom desejado.

92. [Deves meditar nele,] que veste roupa branca, enfeitado de pasta branca, e adornado de pérolas e flores brancas, que é alegre e tem os olhos e o sorriso doce, que é um tesouro abundante de graça e que tem a divina Shakti sentada em sua coxa esquerda.

93. Sempre me inclino diante do Shri Guru, que é contentamento, que resume felicidade, e que é sempre alegre, cuja mesma natureza é conhecimento, que é consciente do seu próprio ser. É o Senhor dos yoguis, o adorável, o médico para a enfermidade da existência mundana.

94. Me inclino diante Dele (o Guru), em quem se revelam constantemente os cinco tipos de funções: criação, manutenção, dissolução, controle e outorgamento da graça.

95. Pela manhã, ao recitar o nome divino, pensa sempre no Guru pacífico de dois olhos, e dois braços, [sentado] no lótus branco da cabeça, e dotado com [os mudras das mãos], outorgando dons e intrepidez.

96. Não há nada maior que o Guru. Não há nada maior que o Guru. Não há nada maior que o Guru. Não há nada maior que o Guru. Este é o ensinamento de Shiva. Este é o ensinamento de Shiva. Este é o ensinamento de Shiva. Este é o ensinamento de Shiva.

97. Isto, verdadeiramente, é Shiva. Verdadeiramente, isto também é Shiva. Verdadeiramente, isto também é Shiva. Verdadeiramente, isto também é Shiva. Este é o meu mandato. Este é o meu mandato. Este é o meu mandato. Este é o meu mandato.

98. Ao meditar no Guru desta forma, o conhecimento surge espontaneamente. Por tanto, deverias sentir: “estou liberado pela graça do Sadguru”.

99. Purifica tua mente seguindo a Senda que te mostra o Guru. Deixa de lado qualquer coisa transitória que se atribua ao Ser.

100. A natureza essencial de todas as coisas é algo digno de se conhecer. Diz-se que a mente é conhecimento (por que o conhecimento se obtém por meio da mente). Considera o conhecimento como algo idêntico ao objeto de conhecimento. Não há outra forma [de chegar à liberação].

102. Segue recordando ao Guru enquanto perdure o corpo, ainda até o fim do universo. Nunca deverias renegar do Guru, mesmo que atuando de uma maneira que pareça caprichosa.

103. O discípulo prudente nunca deveria falar de uma maneira presunçosa, nem mentir diante do Guru.

105. Oh Parvati, o Guru proteje a pessoa a quem tenha maldito os sábios, demônios em forma de serpente, ou até Deuses, e também libera a pessoa do medo do tempo e da morte.

107. Oh Deusa, esta palavra “guru”, composta de duas sílabas (gu e ru), é o maior dos mantras. De acordo com as afirmações dos Vedas e dos Smritis, o Guru é a mesma realidade suprema.

108. Em verdade, somente os servidores [devotos] do Guru se chamam sannyasis verdadeiros, ainda que não conheçam os Vedas nem os Smritis. Todos os demais simplesmente levam a roupa [de um sannyasi].

109. Do mesmo modo que uma vela acende a outra vela, [o Guru] compartilha o conhecimento de que tudo é Brahman, o Brahman que é imperceptível, eterno, o mais elevado, sem forma e sem atributos.

110. Deverias perceber ao Ser interno através do dom da graça do Guru. Pela senda do Guru surge o conhecimento do próprio Ser.

111. Me inclino diante do [Guru, que é o] Ser Supremo, cuja forma é este mesmo nó, desde Brahman até um broto de erva, [e todo] o mutável e o imutável.

112. Sempre me inclino diante do Guru que é sacchidananda, que transcende todas as diferenças, que é eterno, perfeito, sem forma e sem atributos, e que está estabelecido em seu próprio Ser.

113. Deve-se meditar no Guru, que é o maior dentre os maiores, que sempre outorga felicidade, e que está sentado no centro do espaço do coração [brilhando] como um cristal puro.

114. Tal como a imagem de um cristal se reflete em um espelho, a felicidade, que é consciência, [se reflete] no Ser e [surge a realização de], “Verdadeiramente, Eu Sou Isto”.

115. Escuta, vou te falar do sentimento que surge quando se medita na Pessoa no coração, que tem o tamanho do dedo polegar, e que é Consciência.

116. Oh Parvati, há de saber que a natureza de Brahman está mais além da percepção, mais além da compreensão, não tem nome, nem forma, nem som, [nem tampouco outros atributos que se possam perceber com os sentidos].

117. Igual que a fragrância é natural nas flores, na cânfora e em outras coisas; igual que o frio e o calor são coisas naturais [à água e ao fogo], da mesma forma, Brahman é eterno.

118. Depois de fazer-te [consciente de que tu mesmo és] como Este (Brahman), poderás viver em qualquer lugar. [Entao,] aonde quer que estejas, a meditação [no Guru] ocorrerá como a da larva na vespa.

119. Mediante a meditação no Guru, a própria pessoa se converte em Brahman. Não duvida de que a pessoa se libera em pinda, pada e rupa.

120. Shri Parvati diz:
Oh grande Deus! O que é pinda? O que que se conhece como pada? O que são rupa e rupatita? Oh Shankara! Explica-me tudo isso.

121. Shri Mahadeva diz:
Pinda é Kundalini Shakti. Hamsa (a espontânea repetição de ham-sa) é pada. Há de saber que rupa é o bindu (o ponto azul), e rupatita é o Uno puro
[mais além dos três].

122. Oh bela! Se liberam em pinda [aqueles cuja Kundalini está desperta]. Se liberam em pada [os que ouvem a espontânea repetição de ham-sa]. Se liberam em rupa [os que tenham visto o ponto azul]. Mas os que sem dúvida se liberam são os que se liberam em rupatita [os que experimentam o estado transcendental mais além da forma].

123. Uma pessoa deveria perceber a mais alta verdade, fazendo-se una com tudo. Não há nada mais alto que o mais alto. Tudo isso existe sem [nenhuma] morada [em particular, já que tudo é Brahman].

124. Depois de havê-lo percebido por Sua graça [a do Guru], permanece solitário, tranquilo, sem desejos e sem nenhum apego.

125. Tanto se o alcança como se não, tanto se és grande como se és pequeno, sempre deverias desfrutá-lo sem desejo e com a mente satisfeita.

126. Os sábios dizem que o estado onisciente é aquele em que a alma encarnada se faz una com o Todo. [Logo,] sentindo-se sempre contente e tranqüila, desfruta de onde quer que se encontre.

127. Qualquer lugar naquele que se viva se converte em uma morada digna. Oh Deusa, tenho te descrito as características de um ser liberado.

128. Oh Deusa, também [tenho te dado] os ensinamentos de acordo com a senda do Guru, o qual aporta a liberação. Também tenho te explicado totalmente a devoção feita ao Guru e a meditação [Nele].

130. Os ignorantes que trabalham com fins egoístas se afundam no oceano da existência mundana, enquanto que um conhecedor da verdade considera todas as ações que leva a cabo como não-ação.

131. Se alguém lê ou ouve isto [a Guru Guita] com devoção, deve fazer uma cópia para presentear aos demais; tudo isso dará frutos.

132. Oh Deusa, tenho te dito a pura verdade na forma da Guru Gita. Deve-se mesmo repetí-la sempre para vencer as enfermidades da existência mundana.

154. Há de se repetir em silêncio e com desapego, em um lugar limpo e puro, tanto se se recita uma vez ao dia como várias vezes.

157. Aquele que conhece a verdade sempre se banha nas águas da Guru Gita para limpar-se das impurezas deste mundo e liberar-se das armadilhas da existência mundana.

164.Oh Parvati, aquele que serve de todo coração e com profunda devoção se redime de todas as dúvidas e se libera.

165. Tanto os prazeres mundanos como a liberação, lhes vêm por si só. Saraswati (a Deusa da linguagem e do conhecimento) [mora] na ponta de sua língua.

169. Bendita é a mãe [de um devoto discípulo], bendito é o pai, bendita a família, e os antepassados. Bendita é a terra [pela qual anda]. Oh Deusa, tal devoção ao Guru é extraordinária.

170. Não há dúvida, oh Deusa, de que somente o Guru é o corpo, os sentidos, o alento vital, a riqueza, e os parentes próximos assim como os distantes. Ele é o pai, a mãe, a família [inteira].

171. Oh Deusa, ações tais como repetição de mantras, votos, e austeridades [que se tenham praticado] durante milhões de nascimentos desde o princípio do universo, dão fruto somente quando fica satisfeito o Guru.

174. Gurubhava (a absorção no Guru) é o lugar mais sagrado; nenhum outro lugar de peregrinação tem valor. Oh Deusa, o dedo grande do pé [direito] do Guru é a morada de todos os lugares de peregrinação.

175. Abandonando todas as más ações e os lugares degenerados, e recitando [a Guru Gita], se obtém um sem fim de recompensas.

182. Me inclino diante do mantra Gururaj (a Guru Gita) que acaba com o grande medo [da transmigração]. É o mantra que nos resgata do oceano do mundo. É o mantra perfeito adorado por sábios e Deuses como Brahma e outros. É o mantra que põe fim às privações, à miséria e à enfermidade da existência mundana.

Assim acaba a Guru Gita, que tem lugar no diálogo entre Shiva e Parvati, na última parte do Shri Skanda Purana.

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