“Um microcosmos criado à imagem do macrocosmos – é assim que a Ciência Iniciática apresenta o ser humano. E, como no cume do universo reina o Senhor, no ser humano também existe um cume que representa o Senhor, e esse cume é o seu Eu superior. Por isso, quando vos concentrais no Senhor para que Ele satisfaça os vossos desejos, vós tocais no cume do vosso ser e então desencadeiam-se vibrações tão puras e subtis que, ao propagarem-se, produzem em vós transformações extremamente benéficas. E mesmo que vós não obtenhais do Senhor tudo o que pedistes, ganhareis alguma coisa, um elemento muito espiritual.

É certo que, muitas vezes, os vossos pedidos não são atendidos, porque o Céu entende que aquilo que pedis não seria muito bom para vós e, então, pode acontecer ele recusar-se a conceder-vos isso. Mas a utilidade desse pedido é que vós conseguistes contactar o cume em vós mesmos. Pudestes desencadear assim um poder superior que, ao propagar-se, influencia todas as vossas células, todas as entidades que existem interiormente em vós, e que vos traz elementos extremamente preciosos.”

 
“Se quereis consagrar um objeto a uma entidade celeste, a uma atividade benéfica, começai por purificá-lo. Porquê? Porque qualquer objeto recebeu já a influência das pessoas que nele tocaram e dos acontecimentos que se deram ao seu lado e que depositaram nele camadas fluídicas compactas e impuras. Tais camadas impedem que o vosso pensamento possa impregnar esse objeto, pois formam como que uma cortina que o impede.

Começai, pois, por purificar o objeto queimando incenso, pronunciando certas fórmulas, e depois consagrai-o a determinada entidade, determinada virtude, determinado trabalho espiritual. Então, ele fica reservado. Como se tivessem colocado nele um escrito: «As forças do mal estão proibidas de entrar!» Ele está impregnado de luz e só as entidades celestes podem instalar-se nele.”

 
“A identificação é uma prática espiritual baseada no conhecimento de uma lei física: a lei da ressonância. Se conseguirdes vibrar em uníssono com uma criatura, conhecê-la-eis, e não só a conhecereis como vos serão transmitidas as suas qualidades. Enquanto não vibrardes em uníssono com ela, enquanto não vos identificardes com ela, podereis estudá-la, julgá-la, decretar que ela é isto ou aquilo, mas, na realidade, não a conhecereis verdadeiramente. É o facto de vibrarem no mesmo comprimento de onda que aproxima dois seres e lhes permite conhecerem-se.

E é também isso o amor. O amor, tal como o conhecimento, é o resultado de uma fusão: dois seres que vibram no mesmo comprimento de onda. Pode-se dizer que o verdadeiro conhecimento é consequência do verdadeiro amor e que o verdadeiro amor não é senão uma sintonia entre dois comprimentos de onda.”

 
“Muitas coisas más podem decorrer de uma ingratidão! E quantas coisas boas, pelo contrário, podem ser provenientes de um simples gesto de reconhecimento! Porquê? Porque isso ultrapassa, e em muito, o simples sentimento que vivenciais nesse momento. Deixemos de lado a ingratidão e ocupemo-nos do reconhecimento. A partir do momento em que sois tomados por um sentimento de gratidão para com o Criador, para com a vida, para com a natureza e todos os seres, mesmo os mais insignificantes, esse sentimento não se limita a existir passivamente, ele age. Por causa da lei da afinidade, ele atrai, pelas suas vibrações, impressões e sensações da mesma natureza que ele. E todas as bênçãos vos vêm então dessa pequena coisa: um sentimento de reconhecimento.”

 
“Fazer a vontade de Deus não é só obedecer a uma autoridade superior, é também realizar um ato mágico. Sim, pois, no momento em que vos colocais ao serviço do Senhor, todo o vosso ser fica ocupado, reservado, fechado a outras influências. Então, todas as vontades contrárias que se esforçam por seduzi-lo para se servir dele ficam impedidas de o fazer: ele já assumiu outro compromisso.

Aqueles que declaram que não têm nada que cumprir a vontade de Deus julgam-se livres, mas estão enganados: como eles estão abertos a todos os ventos, as vontades de uma multidão de criaturas visíveis ou invisíveis – humanos mas também elementais, larvas, etc. – começam a infiltrar-se neles para os utilizar. Quem não estiver ocupado pelo Senhor pode ter a certeza de que outros o ocuparão e ele acabará por estar ao serviço de todas as vontades mais anárquicas e mais perversas. Será que é preferível?”

 
“Por que é que tantas pessoas sofrem de desequilíbrios psíquicos? Porque desenvolveram demasiado nelas o lado feminino, que é passivo, recetivo. Assim, elas abrem-se sem discernimento a todas as influências e, após algum tempo, estão desorientadas, sentem que vão em todas as direções. É preciso, pois, que elas se analisem, que estudem os efeitos que as influências que receberam têm na sua vida interior, preservem unicamente as influências benéficas e repilam as outras. Dito de outra forma, elas devem desenvolver o princípio masculino que também possuem.

Desenvolver o princípio masculino é o que deveriam aprender, em particular, as pessoas que têm uma grande sensibilidade ou mesmo faculdades mediúnicas: essas faculdades são especificamente femininas na medida em que supõem a recetividade. A bola de cristal, que é utilizada por certos médiuns como suporte para a sua vidência, é o equivalente ao princípio feminino na natureza: a água. O médium é recetivo aos espíritos e às correntes do mundo invisível. Mas esses espíritos e essas correntes não são todos luminosos, puros, benéficos, e as pessoas que possuem dons mediúnicos devem aprender não só a distingui-los, mas também a desenvolver a sua vontade para poderem repelir os espíritos e as correntes tenebrosas.”

 
“Contrariamente ao que muitos imaginam, a espiritualidade não se limita aos chamados exercícios espirituais: a meditação, a oração… Na realidade, qualquer atividade da vida quotidiana pode ser espiritualizada se se souber introduzir nela um elemento divino. E, infelizmente, a oração, a meditação ou qualquer outra atividade dita “espiritual” pode tornar-se extremamente prosaica se não for animada, se não estiver apoiada, por uma ideia sublime, por um ideal superior.

A espiritualidade não consiste em negligenciar ou menosprezar o mundo material, mas sim em esforçar-se sempre por agir com a luz e para a luz. A espiritualidade é sabermos utilizar qualquer atividade, mesmo a mais vulgar, a mais prosaica, para nos elevarmos, nos harmonizarmos e nos ligarmos a Deus. “

 
“O rádio, o telefone, o radar, a televisão, etc., são outras tantas aplicações práticas de uma só descoberta: a circulação das ondas através do espaço. Mas, por que se há de deixar que sejam só a ciência e a técnica a explorar esta descoberta? O espaço não é atravessado apenas por ondas que permitem telefonar e seguir um programa de rádio ou de televisão. Há outras ondas ainda mais sutis que o atravessam; o ar que nos rodeia está saturado de correntes, de mensagens, que nós também podemos captar, pois o Criador equipou o ser humano, se assim podemos dizer, com aparelhos que lhe permitem receber as ondas enviadas pelos espíritos mais evoluídos, pelos Iniciados, pelos Anjos, pelos Arcanjos, por todas as entidades celestes.

Por que se há de ficar apenas em comunicação com humanos que se exprimem com tantos gritos, reivindicações, revoltas, ameaças? É tempo de aprendermos a utilizar esses aparelhos que o Senhor nos deu: o cérebro, claro, mas também o plexo solar, o centro Hara, os chacras… para entrarmos em comunicação com os seres que nos são superiores, nos harmonizarmos com os seus comprimentos de onda, entrarmos na sua felicidade, na sua luz e na sua paz.”

 
“A família natural é uma coisa e a família espiritual é outra. Vós podeis pertencer pelo sangue a uma família cujos membros não são da mesma família espiritual que vós. Apesar desses laços de sangue, eles não fazem realmente parte da vossa parentela, vós não sois responsáveis pelos seus actos e eles também não o são pelos vossos.

Está escrito no Antigo Testamento que, quando um homem pecou, não é só ele que é punido, mas também os seus filhos e os seus netos até à quarta geração. Mas o que fizeram esses filhos e netos para sofrerem assim? O seu pai ou o seu avô é que pecaram, não foram eles. Esta punição não é injusta?… Não, porque aqueles que pagam pelos erros dos seus pais herdando os mesmos vícios, as mesmas doenças, são verdadeiramente da mesma família que eles. Se pertencessem a outra família espiritual, não sofreriam. Já se viu filhos de criminosos serem santos, o que mostra que os filhos nem sempre são influenciados pelos crimes dos pais; quando o são, é porque seguiram no passado as mesmas vias e, deste modo, foram atraídos para se reencarnar entre aqueles que lhes são semelhantes e sofrer dos mesmos males.”

 
“Os músicos conhecem bem este fenômeno: se tivermos dois diapasões absolutamente idênticos e tocarmos num deles, ele vibrará, e o outro, mesmo sem lhe termos tocado, começará também a vibrar. Diz-se que isto acontece porque existe ressonância.

Pois bem, ocorre um fenômeno análogo com o ser humano: se ele conseguir sintonizar o seu ser físico e o seu ser psíquico com as vibrações mais sutis do Universo, poderá contatar com as potências celestes para fazer trocas com elas e, assim, receber ajuda e alento. Sim, é uma forma de comunicar: vós falais e sois ouvidos; podeis mesmo sintonizar-vos com certas correntes de forças do espaço para as fazer vir até vós.

Conhecendo esta lei, compreendeis até que ponto é importante superardes-vos para conseguirdes tocar as cordas mais sutis do vosso ser e fazê-las vibrar, pois haverá necessariamente forças, entidades, regiões, que responderão, fazendo-vos beneficiar das suas riquezas.”

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